Passarim pousou
O galho balangou
O vento sutil o tocou
O frio na barriga assustou
Ele sorriu
Sentiu a textura do galho, molhado
Crespo, enrugado
E gostou
Ouviu as folhas sussurrando
“Balança, passarim, balança
O chão está longe e o céu também”
Ele não se importou
Não deseja a segurança do chão
Tão pouco do céu a infinitude
Deseja sentir o mover do galho
Sua impermanência
A sensação gelada na barriga
E o sorriso aberto prazeroso
O piar majestoso
Subir e descer
O galho molhado e áspero
O vento sutil do ir e vir
Não quer ir, não agora
Quer ficar e só sentir
Até que o desejo de ir venha
E ele irá
Para sentir o novo
De novo
Passarim
Voou
Seja o primeiro a comentar