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Categoria: Poemas e Poesias

25072025

Passarim pousou

O galho balangou

O vento sutil o tocou

O frio na barriga assustou

Ele sorriu

Sentiu a textura do galho, molhado

Crespo, enrugado

E gostou

Ouviu as folhas sussurrando

“Balança, passarim, balança

O chão está longe e o céu também”

Ele não se importou

Não deseja a segurança do chão

Tão pouco do céu a infinitude

Deseja sentir o mover do galho

Sua impermanência

A sensação gelada na barriga

E o sorriso aberto prazeroso

O piar majestoso

Subir e descer

O galho molhado e áspero

O vento sutil do ir e vir

Não quer ir, não agora

Quer ficar e só sentir

Até que o desejo de ir venha

E ele irá

Para sentir o novo

De novo

Passarim

Voou

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Projeto: Um dia, Um Poema

DIA 01

Se me perguntares como estou hoje

Não terás uma resposta.

O que estou a sentir é novo, primitivo

Por mim ainda desconhecido

Não há tristeza, tão pouco alegria

Não estou preenchida, tão pouco vazia.

Pensamentos quase não há

Sentimentos, bem, não sei explicar.

O coração bate, tranquilo e compassado  

O ar me preenche e esvai-se moderado

Meu olhar mantém-se despreocupado

Meu corpo permanece pleno e relaxado.

Uma música preenche meus ouvidos,

Não abrigo nem expulso os sonidos.

Essa melodia sem voz, vinda de dentro,

Sem significados, suave como o vento

Não me ajudaria a te responder

O que desejaria de mim saber

Pois tudo parece completo e pleno

E ainda assim, incerto e incompleto

Não estou tensa, nem leve com o que vejo

Apenas absorvo e aceito.

Nesse instante apenas existo

Observo o todo e me sinto todo

Sem julgamento, medo ou dúvida

Incrivelmente sem culpa.

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