DIA 01
Se me perguntares como estou hoje
Não terás uma resposta.
O que estou a sentir é novo, primitivo
Por mim ainda desconhecido
Não há tristeza, tão pouco alegria
Não estou preenchida, tão pouco vazia.
Pensamentos quase não há
Sentimentos, bem, não sei explicar.
O coração bate, tranquilo e compassado
O ar me preenche e esvai-se moderado
Meu olhar mantém-se despreocupado
Meu corpo permanece pleno e relaxado.
Uma música preenche meus ouvidos,
Não abrigo nem expulso os sonidos.
Essa melodia sem voz, vinda de dentro,
Sem significados, suave como o vento
Não me ajudaria a te responder
O que desejaria de mim saber
Pois tudo parece completo e pleno
E ainda assim, incerto e incompleto
Não estou tensa, nem leve com o que vejo
Apenas absorvo e aceito.
Nesse instante apenas existo
Observo o todo e me sinto todo
Sem julgamento, medo ou dúvida
Incrivelmente sem culpa.
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